Caracolada em casa do Avô para familiares e amigos.
A menina, de 3 ou 4 anos, amante da ementa do dia, sentou-se ao lado de um conhecido do Pai, porque ele lhe prometeu dividir, com ela, os caracóis, já que não tinha ainda destreza para os tirar da casquinha.
Entusiasmada de início, começou a sentir-se enganada. Com os olhos observadores, percebeu que a divisão não estava muito certa: 10-1. Esperava, encantada, pela sua vez, mas sabia que a igualdade não estava a ser cumprida. Decidiu tomar uma posição.
- Oh, O’Neil, vamos fazê assim: um pa mim, outo pa ti… Chenão como pouquinhos caacóis. Pode sêle?
Pôde, mas apenas ao princípio. Rapidamente o adulto voltou aos 10-1.
Meses depois, em pleno Verão, a criança foi abusada por ele.
Deixou de confiar na democracia mas continua a acreditar nas pessoas.
14 comentários:
Meses depois, a criança foi abusada?
Desculpa lá filha mas, aquela divisão do 10-1, cá para mim, já era uma violação!
;)
Não sei se é ficção se realidade, ambas são possíveis, apesar de infelizmente, muitas realidades, de tão absurdas parecerem ficção.
Para esses tarados, nada menos que a execução, no mínimo a mutilação!
Não respondo à primeira parte porque, verdade ou mentira, há coisas com as quais não consigo fazer humor apesar de adorar rir e brincar.
Sim, alguma coisa devia ser feita.
Certo!
Mas ha ainda um ponto que escapa ao meu entendimento... que relação estableces entre democracia e pessoas?
Foi o Alexandre, perdão o O'Neil que criou a democracia?
Violadores existem somente entre ditadores?
O ser humano é imperfeito, destrambelhado, uns mais que outros, tal como nos princípios políticos, uns, mais democratas que outros, mas... todos são pessoas.
A violação de um ser humano por outro em qualquer estádio da vida, é um acontecimento traumático, sobretudo se numa idade tão tenra.
,
Bart,
que tema tão pesado :(
recuso-me a tocar em assuntos desta natureza nos meus momentos de lazer ~~
é muito importante falar sobre estas coisas e tentar encontrar soluções que não passem só pela punição - que pressupõe o mal já feito,
mas muito sinceramente, dever é dever, e lazer é lazer ~~
A pequenita teria sido abusada na mesma, os caracóis não têm culpa, e a pequenita muito menos ~~
Além disso, gosto de caracóis, e se for à tardinha num bar de uma praia à espera do pôr-do-sol, tanto melhor ~~
Tens razão Zabelezinha, doce Zabel (já tens mais de 14 anos?).
Mas, mesmo pesado, merece reflexão, porque é incontornável e merece discussão, porque se pode revestir de muitíssimos contornos, alguns pertencentes ao foro psíquico, outros que têm somente a ver com disturbios e desvios de personalidade.
Para os primeiros, existem protocolos de tratamento, e existem formas inibidoras capazes de controlar a compulsividade, em último caso, existe a castração.
Mas no caso de pessoas psicológicamente bem, mas que violam, sobretudo crianças e sobretudo ainda, de tenra idade, para esses minha amiga, não encontro qualquer tipo de atenuação, capaz de me levar a condescender numa solução mais radical.
Basta entendermos que uma criança fica para toda a vida traumatizada e inibida no seu desenvolvimento natural das relações que irá estabelecer com quem vai fazendo parte da sua vida.
Eu tambem gosto de caracois, de imperial e de pôr-do-sol, em boa companhia e de preferência na esplanada de uma praia pouco frequentada.
;)
Bart,
acho um bocadito tarde para perguntar a minha idade :) com o que já li por aqui já podia ser mais uma adolescente traumatizada ;))
E... mas que contas anda a fazer ? :) 4... 14 ... o esforço que eu faço p'ra entender, tudo em vão ~~~ :))
Mas já que tanto insiste, eu falo sobre o tema, mas só um bocadinho~
« pessoas psicologicamente bem, mas que violam, sobretudo crianças, e sobretudo ainda, de tenra idade ... »
Bart, que conceito é este de « psicologicamente bem » ? eu pensava que estar psicologicamente bem, incluia só sentir desejo sexual por gente "feita", estarei errada ? a simples (?) necessidade de alguém ter de lutar interiormente contra um desejo sexual por crianças, já me inspira sérias suspeitas sobre o seu estado psicológico!
14 anos... referia-me à idade limite para não ser considerada a violação. mas issagora tambem não interessa nada.
quanto ao conceito «psicologicamente bem»... naturalmente enquadrado no conceito social... bom minha querida, acho que poucos se aproveitam, mesmo que não sejam violadores.
;)))
@vírgula e bartolooomeu compreendo a vossa preocupação e a necessidade que de vez em quando surge de falar sobre o tema Talvez de tanto se falar nele se avance alguma coisa Eu nunca tive uma especial curiosidade pelo assunto mas quando acontece vir à conversa e pensar sobre isso acho que só estudando casos muito concretos se poderá chegar a uma solução ainda que imperfeita A castração química parece-me quase perfeita quando voluntária Mas antes disso a vigilância o cuidado de proteger quem não se pode proteger a si mesmo deve passar a ser uma prioridade onde quando e como se afigurar mais necessária E isso é um dever que cabe a todos pelas nossas crianças Durmam bem Obrigada pelas vossas palavras São um conforto mais rsrsr
Boooom diaaaa!
Isto às vezes é uma salganhada que ninguém se entende. Não percebi as (des)associações do Bartolomeu relativamente à democracia e pessoas. Penso que o que a Vírgula quis dizer é que, metaforicamente, a imposição da divisão 10-1 fez com que a criança protagonista deixasse de confiar na democracia que lhe impingiram.
Continua a acreditar nas pessoas, apesar da atrocidade de que foi vítima. Esta foi a interpretação que fiz.
Relativamente a tudo o resto, não vou entrar em considerações. Acho que há pessoas que não deviam ser consideradas como tal. O que é que nós fazemos aos mosquitos e aos parasitas?
Quanto ao conceito de 'psicologicamente bem' penso que percebi embora seja eventualmente discutível. Só não percebi o 'acho que poucos se aproveitam, mesmo que não sejam violadores.'... ???
Virgula do meu coração,
Gostei muito deste post, embora polémico, mas deixou-nos a pensar de forma mais séria. Sim, que este blogue não é só risota. É como a vida - com coisas boas e menos boas ou até más. Obrigada! :)
Querida amiga, vírgula, o "poucos se aproveitam", vírgula, insere-se no conceito-geral de sociedade... ainda não desconfiaste que o maralhal anda um tanto ou quanto pó alienado?!
Ó cum caraças keu devo ter andado a comer medronhos a mais. Estás a dirigir-te à Vírgula, ou a transcrever, literalmente, a pontuação? É que quem te colocou a questão fui eu e não a Vírgula!!!
E sim... Já tinha reparado que, de facto, há pessoal que é aliendado! :)
confesso, esta cena de identificar os autores e os comentadores e depois separa-los por nomes, classes e espécies, constitui para mim um tenebroso quebra-tolas.
tenho de arranjar forma de as distinguir e não me baralhar na pontuação... com a pontuação... a colocar a pontuação...
:) Estás perdoado... Por agora! :)
Ainda bem kisto não é à estalada, senão quem ficava a perder era a Vírgula.
Jamais, pontinha interrogativa... nem com uma luva de seda!
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