quarta-feira, 11 de maio de 2011

Terabytes de bílis...

Estou tão chateada, mas tão chateada da minha vida que, pela primeira vez, desde há bastante tempo, senti necessidade de escrever no nosso reduto. Afinal, talvez seja essa uma das funcionalidades de um blogue com esta vertente: transpor estados de espírito.

E foi exactamente o estado de espírito verborreico em que me encontro, aliado à necessidade premente de aliviar a minha bílis, que me trouxe aqui.

Dizem que tenho muito mau feitio. Acredito que sim, pela forma como muitas vezes me expresso, independentemente das minhas convicções. Uma coisa não tem a ver com outra. Almejo o dia em que, com serenidade, serei capaz de enfrentar situações que hoje fazem com que entre em órbita só pelo simples facto de que as minhas veias começam a latejar com tal intensidade que eram capazes de dar impulso a um foguetão da Nasa para uma qualquer expedição à lua.

Tenho um gravíssimo problema de tolerância para com pessoas que, além de prepotentes, autoritárias e altamente presunçosas, são exactamente o oposto: frustradas, insignificantes e estúpidas que nem uma porta porque nem percebem que, naturalmente, não são donos do saber e, sobretudo, dos outros.

Não sou perita – nem de perto nem de longe – em informática. Considero-me, apenas e só, uma curiosa. Gosto de procurar aprender e investigo muito – só isso. Reconheço as minhas limitações e por vezes a minha impaciência. Mas, para grande desilusão minha e não generalizando e reportando-me apenas à minha experiência, constato que a maioria dos informáticos com quem me tenho cruzado profissionalmente não passam, na sua maioria, de uns incompetentes que mais parecem toupeiras no túnel do Marquês a ver se descobrem qual é a entrada e a saída quando, no fundo, são várias ou ambas. Ou seja, é gente que vê as coisas apenas e só de uma única perspectiva: a sua. O que eles dizem é palavra de ordem porque eles é que sabem! É por isso que tanto admiro os chamados ‘hackers’ ou ‘piratas informáticos’ porque esses, na sua verdadeira vertente – e também não generalizando – são auto-didactas e, excepção à regra, com um espírito de altruísmo, humildade e perseverança inigualáveis. Esses oferecem-nos ajuda. Dão-nos instrumentos que nos ajudam a sermos mais autónomos e não o contrário. O mesmo se poderá dizer dos ‘verdadeiros instruídos’. É que a ‘malta’ ainda não percebeu que há uma diferença abissal entre HABILITAÇÕES e COMPETÊNCIAS. Para além do senso comum e dos princípios de que devemos pautar-nos. Artesãos: são aqueles que sabem e partilham o seu saber. Os que tratam do seu ofício com a minuciosidade e preciosidade que este lhes merece e ainda o passam ao próximo com a mesma generosidade com que o receberam.

Generalizando mas restringindo-me apenas aos que vestem esta (badalhoca) camisola, continuamos a ter o mundo lotado de parasitas que se alimentam das potencialidades e boa fé dos outros (os artesãos), para fomentarem o seu empobrecido ego.

Ó pategos: um dia destes encontram um ‘insignificante ser’ que vos dá uma ‘coça’ tal, que vão pensar que só vieram ao mundo nesse momento. Aí, não haverá ‘terabytes’ que vos valha…