As reticências são, na escrita, a sequência de três pontos (sinal gráfico: …) no fim, no início ou no meio de uma frase. A utilização deste género de pontuação indica um pensamento ou ideia que ficou por terminar e que transmite, por parte de quem exprime esse conteúdo, reticência, omissão de algo que podia ser escrito, mas que não o é.
sábado, 24 de julho de 2010
O som da pureza...
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Interregno
segunda-feira, 19 de julho de 2010
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Palavras ensonadas
Aconchegados, de luz apagada, prontos para dormir.
- Já sinto a tua falta só de saber que amanhã não estarás aqui comigo – disse-me, ensonado.
Beijei-lhe o braço que se estendia sob a minha cabeça. Afastou-me o cabelo e aproximou a boca da minha cara.
- Bom – acrescentou mais baixo –, mas até os siameses têm que ser separados para conseguirem sobreviver, não é?
Não, não é. Nem sempre resistem. Mas, ainda assim, deixei-me embalar e seduzir pela comparação e pelas palavras de afecto.
terça-feira, 6 de julho de 2010
Pai
Fazes hoje 84 anos e estás como sempre – 1,83m de homem bonito.
Essa é uma característica que sempre me envaideceu, confesso.
Mas são os teus valores e qualidades que me assombram e encantam. Querendo o anonimato, não o conseguiste. Fisicamente sempre te impuseste, profissionalmente deste cartas. Podias ter ascendido mais, podias ser rico mas a tua integridade não o deixou. Se fosses diferente, agora, estaria de férias nas Caraíbas à tua custa. Mas agradeço-te por ter que as passar em Lisboa.
Foste, és e serás uma referência para mim, para a Ana e para toda a gente que tem conseguido ver-te.
A tua noção de justiça, de generosidade, de altruísmo, de amizade, de lealdade, de união familiar, o teu bom coração e a tua inteligência emocional transformam-te, aos meus olhos e coração, numa pessoa única.
Lembro-me de ser pequenina e de me explicares, com muita calma e carinho, a importância de pedir desculpa e de sentir o perdão; de ser bebé, fazer bolinhas com os pêlos do cobertor e enfiá-las nariz acima, a Mãe a querer levar-me para o hospital e tu a puxá-las com uma pinça; de resolveres o meu problema com o tamanho dos sapatos de corda, pondo dois dos teus lenços e, ala, que lá fomos nós e ultrapassámos toda a gente – de menina triste transformaste-me em ufana, de mão dada comigo; de me levares ao barbeiro, às escondidas, porque gostavas de me ver de cabelo curto; da tua presença e carinho quando, aos cinco anos, tive a miocardite e o teu cabelo embranqueceu em duas semanas de dor e preocupação porque te disseram que o meu final estava muito perto – deste-me um boneco, um bambi, que guardei até cair de podre; de adormecer na vossa cama e, vestido com robe bordeaux, pegares-me ao colo para me deitares. Agarrava-me a ti como um porto seguro que sempre foste. Sinto o calor e o cheiro. E as convocatórias para conversas formais, normalmente quando arranjava namorado? Punham-me apreensiva – eras mais inteligente do que eu. Sabia, de antemão, que era uma dialéctica perdida.
És um homem de liberdade. O 25 de Abril de 1974 foi uma data feliz para ti. No entanto, o momento do PREC não foi fácil. Mesmo sabendo que eras vigiado, todos os quinze dias, ao fim-de-semana, fazias um périplo pelas prisões para apoiares os teus amigos banqueiros. Este gesto valeu-te três levantamentos pormenorizados à tua vida para te sanearem. Nada a fazer. Impoluto.
Peco por defeito. Tanta coisa para contar. Dou-te apenas um pequenino conjunto de recordações. A única razão por que lamento, neste momento, não ter podido ter um filho tem a ver com o facto de não ser possível perpetuar o teu nome e os teus genes – o meu sonho é que fosse igual ao Avô. Um pouquinho menos resmungão. Mas, até isto, gerimos à nossa maneira – com picardia que acaba, muitas vezes, em risota ou em propostas tuas de pactos de não agressão.
Trazes em ti, se calhar sem o saber, toda a minha admiração, respeito, orgulho e afecto. Para sempre, num processo interminável.
Sim, porque foste tu, meu querido Pai, que me ensinaste que não existe morte nem fim.
domingo, 4 de julho de 2010
Estado de espírito...
Interlúdio...
That David played, and it pleased the Lord
But you don't really care for music, do you?
It goes like this the fourth, the fifth
The baffled king composing Hallelujah
Hallelujah, Hallelujah
Hallelujah, Hallelujah
Your faith was strong but you needed proof
You saw her bathing on the roof
Her beauty and the moonlight overthrew you
She tied you to a kitchen chair
And from your lips she drew the Hallelujah
Baby I have been here before
I know this room, I've walked this floor
I used to live alone before I knew you.
I've seen your flag on the marble arch
It's a cold and it's a broken Hallelujah
Hallelujah, Hallelujah
Hallelujah, Hallelujah
There was a time you let me know
What's really going on below
But now you never show it to me, do you?
The holy dove was moving too
And every breath we drew was Hallelujah
Hallelujah, Hallelujah
Hallelujah, Hallelujah
You say I took the name in vain
I don't even know the name
But if I did, well really, what's it to you?
There's a blaze of light in every word
The holy or the broken Hallelujah
Hallelujah, Hallelujah
Hallelujah, Hallelujah
I did my best, it wasn't much
I couldn't feel, so I tried to touch
I've told the truth, I didn't come to fool you
And even though it all went wrong
With nothing on my tongue but Hallelujah
Hallelujah, Hallelujah
Hallelujah, Hallelujah
Hallelujah, Hallelujah
Hallelujah, Hallelujah
Hallelujah, Hallelujah
Hallelujah, Hallelujah
Hallelujah, Hallelujah
Hallelujah, Hallelujah
Hallelujah