quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Interlúdio...








Nota da redacção

Aos nossos (eventuais) leitores devemos uma explicação.

As Boiadeiras estão em fase de recolhimento (quase) absoluto. Voltaremos em breve, quando o tempo e a disponibilidade física e mental, nos permitirem.

Até lá, vamos tentar colocar músicas e vídeos.

Obrigada!

Aos que continuarem a persistir em ler este blogue, ainda que menos assiduamente e ao nosso ritmo, o nosso muito obrigada e até já!

sábado, 2 de outubro de 2010

Arte e Palavras Soltas



Reencontrámo-nos de modo contemporâneo. Forma remota, incorpórea, mas, por vezes, a única possível para apaziguar corações, sentimentos, prantos feitos risos, saudades encobertas.

Emails curtos, com poucas palavras, muito carinho e bastante sensualidade.

Neste longo interregno houve dois amores. Um, inexplicável, improvável e dispensável, mas profundo e desinteressado porque foi sempre esta a minha forma de amar. Outro, feliz enquanto durou, diferente, singular, adulto, completo.

Há pessoas que se nos colam pelo que são. Por mais longa a distância, o silêncio, o não saber, permanecem e carregamo-las no nosso sangue, órgãos e memória como parte de nós. A saudade deixa de doer como no passado, as interrogações desvanecem-se, as expectativas dissolvem-se, mas quando a lembrança vem, sorrimos para o vazio, o olhar pacifica-se, a alma envolve-se de líquido de ventre materno e sentimo-nos gratos, porque embora raro, há espíritos que se harmonizam e o elo, inicialmente criado e fortalecido, nunca se desfaz por mais que o caminho não tenha sido o que desejámos.

Aguardo.

Espero o movimento seguinte enquanto recebo as palavras que ninguém me disse desta forma terna, honesta e generosa.

O passado interpõe-se e recuso, por mim própria, percorrer o trilho já conhecido.

E só surge uma questão.

A aproximação final será o momento da partida?