sexta-feira, 9 de abril de 2010

Mas, afinal, o que é que é isto, Amélia?

Deu-me para isto, que se há-de fazer? Procurar nomes de amigos e conhecidos na net. Nada de especial nem por motivo nenhum. Curiosidade infantil.

Até o meu analisei.

Referida, mais do que uma vez, num blogue de um utente dos meus tempos da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo. O contacto era feito por e-mail ou pelo telefone. Viemos a conhecer-nos. Mal-entendidos resolvidos mas o texto continuou lá. Tudo bem.

(Engraçado: uma pessoa que não conhecia entrou em juízos de valor completamente desadequados; da primeira vez que esteve comigo, esclarecemo-nos e o discurso virou. Outros, que supostamente me conhecem, não querem nem ouvir falar de explicações. Ai, o ser humano…)

Eis que, de repente, o encontro. Não sei se está morto ou vivo e os assuntos não revelam a dúvida. Críticas a livros publicados. Uma fotografia que, segundo me parece, deve ter bastante tempo… e pouco mais.

Há muitos anos atrás, mataram-no antes do tempo. Movi céus e terra para saber a verdade até que, um dia, recebi um telefonema: “Olá, daqui fala o morto…”.

Explico por que quis saber. A mágoa era tanta que, acreditando eu na vida após a morte, não poderia, caso tivesse morrido, continuar a sentir o que sentia. Não seria justo, em meu entender, o ressentimento que tinha porque em nada o ajudaria na sua caminhada. Teria que resolver o assunto – a bem ou a mal.

Hoje, a recordação é-me indiferente.

Ele sempre pensou que morreria cedo. O pai, pessoa bem formada e introvertida, características que o filho não herdou de todo (nem aquela altura enorme, tão-pouco o ar de Humphrey Bogart. Igual à mãe, com feições muito judaicas), teve várias tromboses. A primeira aos 53 anos que o deixou acamado até ao fim.

Acabei por pensar o mesmo. Não pelas mesmas razões, mas porque ele é tão diabolicamente emotivo e intenso que nunca acreditei que qualquer coração aguentasse, durante muito tempo, tantas tempestades.

Bom, caso esteja vivo, tem 75 anos. E certamente enxertado em corno de cabra.

De qualquer forma, paz à (na) sua alma.

Prometo que darei cabo desta curiosidade de saber se tenho conhecidos internéticos. Até os zés-ninguéns, como eu, aparecem como figuras de primeira…

Que chachada!


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