quinta-feira, 29 de abril de 2010

Ah, pois é... E então?

A jovem, decepcionada e carente, queixava-se.

- Os homens não prestam para nada. Hei-de ficar solteira a vida toda, vai ver.

A mãe, bracarense de gema, recorrendo, convicta e determinada, à sabedoria popular, não a deixou sem resposta.

- Filha, não te esqueças: cada tacho tem sempre uma tampa!

Ironizou.

- Oh, mãe, só pode estar a brincar comigo. E então aquela panela que não tem tampa porque não sabemos onde ela está metida?

Passaram vinte anos. A mãe morreu. A jovem transformou-se numa mulher de garra. Vive só - não encontrou companheiro.

Cozinha porque adora fazê-lo e a panela continua a existir e a ser utilizada.

A tampa, porém, mantém-se em local incerto.


5 comentários:

Francisco disse...

Pergunto-me onde andará a panela à procura da tampa... :)

Vírgula disse...

... ;)
Nalgum sítio complicado porque não a encontra. Talvez ande no caminho da vida...
Outro abraço!

Francisco disse...

... nesse caso, encontrar-se-ão, concerteza, no seu percurso - nem que seja nos perdidos e achados ou num ferro velho :)

Há que não perder a esperança!

Retribuo mais um abraço...

Francisco disse...

Nesse caso, encontrar-se-ão, concerteza, no seu percurso de vida - nem que seja nos perdidos e achados ou no ferro velho :)

Há que não perder a esperança!

Retribuo outro abraço...

Vírgula disse...

Yep :-). Tentemos não perder a esperança!