quarta-feira, 2 de junho de 2010

A vários destinos...

Gostei de te ver. Gostei de saber de ti.

Mas cada hora que passa faz-se tarde.

O meu carinho vai-se estilhaçando e caindo, em silêncio, no caminho que ficou.

Se olhar para trás, vejo pó que, de brilhante no início, se transforma em areia seca e dorida.

Quando te encontro não entro em ti.

Ficam-me as pessoas que, por maior que seja a ausência, me continuam a ver.

A acariciar com palavras e gestos.

A acolher, com alegria e de peito aberto, o afecto que lhes tenho.

Ficam-me para sempre porque não sei se há o nunca.

Contigo é a ruína.

Desperdício penoso.

Pensei que percorríamos o mesmo trilho.

Mas quando estendi os braços não estavas lá.

Julguei-te perto, mesmo ao meu lado.

Mas estavas tão longe que as minhas mãos agarraram nada.

E nada vai entrando em mim, roubando-me a alegria.

Pergunto o que é feito dela.

Meu amigo, cada hora que passa faz-se tarde.

Vou ficando desabitada.

E por mais que goste de te ver, por mais que goste de saber de ti

Chegará o momento em que nada disso me interessará.

Estarei alheia.

E perguntar-me-ei quem és, quem foste.

Momento final.

Apenas adeus.

Até sempre, vazio de mim.


Sem comentários: