Sete anos passados, breve paragem
no tempo…
- Luísa, é a primeira vez que te
trato por tu. Faço-o porque hoje já sei dar-me ao respeito. Já sei o que vais
dizer ou fazer. Se estivesse no teu lugar, no mesmo contexto e circunstâncias,
presumo que reagisse como tu.
(Descontraí) Percebi, no entanto,
ao longo destes sete anos, a diferença entre lealdade e fidelidade.
Sinceramente, a fidelidade não me diz nada na ausência de lealdade. Quando
contribuímos, com o nosso próprio comportamento e negações para a morte da
lealdade, a fidelidade deixa de fazer sentido.
Hoje sei que há alturas na vida
em que temos de ter a coragem de parar e pensar se determinada situação é salutar
para nós. Num relacionamento carente nunca há apenas um culpado. É esse o
princípio de uma relação: a transversalidade. Por vezes o mais difícil é
respondermos às questões “sou feliz?”; “ele(a) é feliz?”; “o que falta?”; “é
possível?”; “gosto dele(a) pelo que quero que seja ou pelo que é?”; “aceito-o(a)?”;
“aceito-me?”; “temos bom ambiente?”. Quando a maior parte, senão todas as respostas
a estas perguntas são negativas, é sinal de que está instalado um cancro que é
preciso curar.
Por vezes, a melhor forma de se
amar uma pessoa é abdicar dela. Por outro lado, a melhor forma de o fazer é
libertá-la. Deixá-la voar pois só assim ela poderá voltar para nós. Aceitar que
ela nos ame, não como queremos mas da melhor forma que ela sabe e pode, é uma benesse.
Luísa, é a última vez que te trato por tu
apenas e só porque, hoje, me dou ao respeito.
(Virei costas e vim-me embora, pacificada)
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