As mãos baralhavam-se acompanhando imprecações.
- Oh Mimi Vánessa, por favor... Trago-te eu p'ró Hotel da Penha Longa, vou gastar uma pipa de êrós, já comestes caviar e bebestes champanhe à minha custa, e agora nem a farpela te consigo tirar. Bolas qu'é galo...
- Pshiu, qu'é lá isso? Primeiro não me trata por tu. E fique sabendo que não é farpela mas sim um vestido carérrimo da Gata Rui da Prada. E isso que está a tentar desabotoar, desajeitadamente diga-se, é um alamar, enfeite árabe feito de cordão de requife ou de metal para guarnecer e abotoar a frente do meu fato. Olhe, e já agora, deixe que lhe pergunte: nunca ouviu falar em prelimin...
Interrompeu-a aos gritos.
- Eu sempre disse, caragos, sempre. Mulher deve ser muda e andar nua. Chiiiiiça!
- Ai quer entrar por aí, quer? Que cavalheiro é você que ainda nem sequer tirou o boné!? Boné! Santo Deus. Champanhe diz? Espumante, e do ordinário. Da Brândoa, provavelmente. Quanto ao caviar, sabia a ovas de pescada congelada. Está satisfeito ou precisa que lhe diga mais?
Boquiaberto, gaguejou.
- Han... Hummm... Heee... Mimi...
- Qual Mimi, qual carapuça. Aprenda a ser um senhor e depois apareça: talvez lhe dirija a palavra.
- Mimi Vánessa...
- Não ouviu? Quer mais? Pois aqui tem: você é tão troglodita que parece que tem um bonete.
- Um... quê?
- Bonete, homem! BONETE! Uma segunda cavidade do estômago dos animais ruminantes. Só lhe falta comer cotão, caramba. É uma verdadeira... sei lá... olhe, besta! Ainda por cima com esse barrete a tapar essas farripas oleosas... Onde estava eu com a cabeça, meu Deus?! Já viu como vem vestido? Parece a vela pequena de um barco... NEM SE ATREVA A PÔR-ME AS GADANHAS EM CIMA.
- Mimi Vánessa...
- NÃO!
- Mimi, só lhe quero dizer...
- O quê? Dizer o quê, seu bronco?
- Caiu-te a cabeleira, ó vigarista. Põe-te na rua.
Cuspiu.
- Or-di-ná-ria... Vá nessa e não venha.
- Oh Mimi Vánessa, por favor... Trago-te eu p'ró Hotel da Penha Longa, vou gastar uma pipa de êrós, já comestes caviar e bebestes champanhe à minha custa, e agora nem a farpela te consigo tirar. Bolas qu'é galo...
- Pshiu, qu'é lá isso? Primeiro não me trata por tu. E fique sabendo que não é farpela mas sim um vestido carérrimo da Gata Rui da Prada. E isso que está a tentar desabotoar, desajeitadamente diga-se, é um alamar, enfeite árabe feito de cordão de requife ou de metal para guarnecer e abotoar a frente do meu fato. Olhe, e já agora, deixe que lhe pergunte: nunca ouviu falar em prelimin...
Interrompeu-a aos gritos.
- Eu sempre disse, caragos, sempre. Mulher deve ser muda e andar nua. Chiiiiiça!
- Ai quer entrar por aí, quer? Que cavalheiro é você que ainda nem sequer tirou o boné!? Boné! Santo Deus. Champanhe diz? Espumante, e do ordinário. Da Brândoa, provavelmente. Quanto ao caviar, sabia a ovas de pescada congelada. Está satisfeito ou precisa que lhe diga mais?
Boquiaberto, gaguejou.
- Han... Hummm... Heee... Mimi...
- Qual Mimi, qual carapuça. Aprenda a ser um senhor e depois apareça: talvez lhe dirija a palavra.
- Mimi Vánessa...
- Não ouviu? Quer mais? Pois aqui tem: você é tão troglodita que parece que tem um bonete.
- Um... quê?
- Bonete, homem! BONETE! Uma segunda cavidade do estômago dos animais ruminantes. Só lhe falta comer cotão, caramba. É uma verdadeira... sei lá... olhe, besta! Ainda por cima com esse barrete a tapar essas farripas oleosas... Onde estava eu com a cabeça, meu Deus?! Já viu como vem vestido? Parece a vela pequena de um barco... NEM SE ATREVA A PÔR-ME AS GADANHAS EM CIMA.
- Mimi Vánessa...
- NÃO!
- Mimi, só lhe quero dizer...
- O quê? Dizer o quê, seu bronco?
- Caiu-te a cabeleira, ó vigarista. Põe-te na rua.
Cuspiu.
- Or-di-ná-ria... Vá nessa e não venha.
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