As reticências são, na escrita, a sequência de três pontos (sinal gráfico: …) no fim, no início ou no meio de uma frase. A utilização deste género de pontuação indica um pensamento ou ideia que ficou por terminar e que transmite, por parte de quem exprime esse conteúdo, reticência, omissão de algo que podia ser escrito, mas que não o é.
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Nota da redacção
sábado, 2 de outubro de 2010
Arte e Palavras Soltas

Reencontrámo-nos de modo contemporâneo. Forma remota, incorpórea, mas, por vezes, a única possível para apaziguar corações, sentimentos, prantos feitos risos, saudades encobertas.
Emails curtos, com poucas palavras, muito carinho e bastante sensualidade.
Neste longo interregno houve dois amores. Um, inexplicável, improvável e dispensável, mas profundo e desinteressado porque foi sempre esta a minha forma de amar. Outro, feliz enquanto durou, diferente, singular, adulto, completo.
Há pessoas que se nos colam pelo que são. Por mais longa a distância, o silêncio, o não saber, permanecem e carregamo-las no nosso sangue, órgãos e memória como parte de nós. A saudade deixa de doer como no passado, as interrogações desvanecem-se, as expectativas dissolvem-se, mas quando a lembrança vem, sorrimos para o vazio, o olhar pacifica-se, a alma envolve-se de líquido de ventre materno e sentimo-nos gratos, porque embora raro, há espíritos que se harmonizam e o elo, inicialmente criado e fortalecido, nunca se desfaz por mais que o caminho não tenha sido o que desejámos.
Aguardo.
Espero o movimento seguinte enquanto recebo as palavras que ninguém me disse desta forma terna, honesta e generosa.
O passado interpõe-se e recuso, por mim própria, percorrer o trilho já conhecido.
E só surge uma questão.
A aproximação final será o momento da partida?